Adultério tem cura?
“O que adultera com uma mulher é falto de entendimento; destrói sua alma o que tal faz”. (Provérbios 6:32)
Quase sempre recebo e-mails de pessoas do
Brasil inteiro, a grande maioria mulheres, vítimas da infidelidade
conjugal no casamento. É preocupante a rapidez com que o adultério tem
crescido no seio das famílias brasileiras, especialmente, entre as
cristãs. Já se tornou tão comum que é muito difícil encontrarmos alguém
casado que nunca tenha passado por ele. Esse pecado traz faces
enganadoras, pois quem o pratica tem a falsa impressão de que a
atividade sexual ilícita é mais prazerosa que a de casa; e quem é vítima
desse mal no casamento geralmente pede o divórcio, “casa-se” outra vez
com uma terceira pessoa (para Deus passa a ser adúltera também) e cria a
falsa sensação de que é feliz nesse novo relacionamento. Mas confesso
não me surpreender com as estatísticas. A Bíblia, escrita há muitos
anos, adverte-nos sobre as raízes desse pecado, tão antigo quanto à
existência humana, desde as primeiras páginas até o desfecho no livro de
Apocalipse: “Mas quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros,
e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua
parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte
(Apocalipse 21:8) (grifo meu). Tiago, Pedro e Paulo também escreveram sobre o adultério: “Adúlteros
e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra
Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se
inimigo de Deus” (Tiago 4:4); “tendo os olhos cheios de adultério e não
cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração
exercitado na avareza, filhos de maldição” (2 Pedro 2:14); “a mulher
está ligada ao marido enquanto ele vive; mas se o mesmo morrer, ficará
desobrigada da lei conjugal. De sorte será considerada adúltera se,
vivendo o marido, unir-se a outro homem; porém, se morrer o marido,
estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias”
(Romanos 7:2-3). Basta uma quase imperceptível entrada e
lá está esse “leão” proporcionando uma destruição imensa na vida do
homem, da mulher e nas famílias. É como um maremoto que chega destruindo
tudo o que aparece pela frente. A reconstrução sempre é penosa e muito
difícil. O adultério, como todo e qualquer pecado, é fruto de um espaço
que o homem dá para que satanás entre em sua vida, ative o botão da
lascívia e o prenda nas algemas da prostituição.
Muito já se disse e já se escreveu sobre
esse tema, que vem provocando dissabores desde a Antiguidade e criando
feridas amargas, traumas quase que irreparáveis na vida de muitos.
Espero aqui dar apenas uma contribuição a mais, no fortalecimento aos
corações vitimados por esse mal e que clamam por socorro.
O adultério é tão grave e de
consequências tão tristes como uma mentirinha contada quase sem querer.
Não há diferença alguma. Ambos se originam em um coração contaminado,
sobem a uma mente enfraquecida, aprisionam a alma e produzem efeitos
gigantescos. O pior de todos, sem dúvida, é que ambos também podem levar
uma alma à perdição eterna. Na Bíblia talvez os dois casos mais
conhecidos de adultério são o do rei Davi com Bete-Seba e o da mulher
adúltera no livro de João. Coincidentemente, tanto Davi quanto a mulher
encontraram amparo e graça diante de DEUS ao se arrependerem do mal
cometido. Davi foi proclamado um homem de coração puro, reto, segundo o
coração de Deus. A mulher adúltera foi a primeira contemplada para quem
JESUS CRISTO apareceu ressuscitado. O que desejo mostrar nesses dois
exemplos é que tanto o adultério quanto a mentirinha são passíveis do
perdão da parte de DEUS e os seus executores, se buscarem, encontram
Graça e Salvação. A questão é: até que ponto um coração contaminado com o
veneno de satanás quer realmente ser liberto e se encher de vergonha e
de arrependimento? De nada adiantará se o coração promíscuo não clamar
pela misericórdia de DEUS. Nenhuma palavra, nenhum estudo ou
acompanhamento espiritual ou psicológico trarão benefícios eficazes.
Nada! Nada trará de volta o coração zeloso e apaixonado por JESUS se o
espírito não estiver quebrantado e arrependido para receber o perdão.
O vício sexual ilícito, diferentemente do
vício do alcoolismo, prejudica não só quem pratica, mas o cônjuge, a
família e toda a sociedade. Origina-se a partir de um simples olhar
desejoso e vai às mais profundas covas de miséria e podridão. Quem
começa nessa prática jamais imagina o longo caminho de desgraça que tem
pela frente. A degradação moral e espiritual é tão drástica quanto à
montanha que conduz à libertação. Eu mesmo fui dos maiores adúlteros
desse país. Minha sede pelo sexo ilícito era tanta que cheguei a me
envolver com três a quatro mulheres por dia, durante quase três anos,
numa compulsão desenfreada. Era um adúltero compulsivo, sem controle,
sem querer ser redundante. E o que me levou a uma vida promíscua foi a
facilidade de se obter sexo rápido e perverso, através das salas de
bate-papo da Internet. É preciso ter muito cuidado com aquilo que se
traduz em facilidade em nossas vidas. Nem mesmo seguir a JESUS requer
facilidade (é preciso querer e renúncia). E por que teríamos de aceitar
qualquer outro objeto facilitador que nos é oferecido? Sabe qual é a
única atividade remunerada do mundo que a pessoa recebe antes mesmo de
trabalhar? A prostituição. Por isso, afirmam que com a mesma facilidade
com que o dinheiro chega às mãos, ele também foge do bolso. É dinheiro
amaldiçoado. A natureza humana por si deseja essa facilidade. Mas JESUS
fala que devemos tomar uma cruz e viver uma vida de renúncias; que no
mundo teremos aflições; que o caminho que leva à salvação é estreito
demais. Ou seja, ter vida em JESUS não é fácil, como não é fácil também
libertar-se das cadeias do adultério e mesmo recuperar tudo o que foi
perdido através desse pecado. A restauração de um casamento também é
dificílima.
No livro , DESTRUA O ADULTÉRIO ANTES QUE ELE DESTRUA SEU CASAMENTO,
procurei não só expor o quadro que esse mal causa na vida de uma
pessoa, como também provar que ele tem cura. A cura desse pecado,
primeiramente, se dá através de um olhar para si próprio, voltado para
dentro do pecador. O homem precisa se enxergar miserável, pobre, imundo
diante de DEUS. Esse é o primeiro passo. Sabe aquela pergunta com ar de
espanto: “meu Deus, que vida triste é essa que estou levando”? O homem
começa a colocar o pecado diante dele, a enxergá-lo. Em seguida, vem o
arrependimento. Ele dobra os joelhos ao chão e começa a chorar. DEUS
passa a mostrar a ele tudo o que perdeu enquanto estava escravo do
adultério. Ao se levantar dali, muitas coisas já vão parecer modificadas
em sua vida. Não que ele não vá mais sentir desejo de praticar sexo
ilícito. Essa libertação é gradual, passo a passo, degrau por degrau.
Durante a escalada da montanha, é natural que a pessoa venha sentir
desejo de sexo. Mas cada queda que ela tiver agora representará mais uma
conquista, mais um avanço em prol do objetivo maior, que é alcançar o
topo da montanha, a presença plena de DEUS. Quando se está nesse
processo de libertação, quanto mais o pecado aparecer, mais a pessoa
terá nojo dele. A cadeia da podridão sexual vai desaparecendo lentamente
como poeira no ar. Mas não adianta lutar com as próprias forças contra
esse vício. É uma luta sem resultados. Só o Espírito Santo poderá
conduzir o ser à vitória. Por isso, estar sempre na igreja em comunhão
com DEUS e os irmãos é fundamental; significará um fortalecimento
espiritual.
Outro ponto importante: a pessoa traída
costuma ter raiva, ódio, repugnância do traidor. Ao contrário, devemos
amá-lo do mesmo jeito que DEUS nos ama com os nossos pecados e
limitações. Uma esposa sábia, mesmo com o marido no adultério, deve
amá-lo e continuar sendo submissa a ele. Nenhum pecado alheio justifica a
prática da insubmissão por parte da mulher. Depois de casada, a esposa
tem que seguir essa ordenança de DEUS à risca, assim como o marido deve
amá-la como CRISTO amou a sua igreja. Se um dos dois falhar em seu
requisito, não significa que o outro deva deixar de cumprir o seu dever.
O que se deve enxergar é que o pecado do adultério, embora seja
manifestação da carne, é um atributo e uma ação malignos. Se tivermos
essa visão passaremos a enxergar o cônjuge não como o nosso inimigo ou
adversário, mas como um ser escravizado e que precisa de ajuda
espiritual. É uma batalha no mundo espiritual que passa a ser enfrentada
com sabedoria. E essa guerra só é vencida com jejum, oração, em
silêncio, e com um perfeito comportamento da parte da esposa ou do
marido traído. Essa fase difícil pela qual passa o cônjuge é uma ótima
oportunidade de demonstrar o verdadeiro amor. Quem ama não desiste do
outro. DEUS, em algum momento, já desistiu de mim ou de você? É momento
de amar, tão somente amar com o amor mais sincero do seu coração…
Adultério nem qualquer outro pecado devem
ser causa para o divórcio (já expliquei isso em estudos anteriores). É
quase impossível impedi-lo depois que o botão da lascívia é acionado
dentro de nós. Não é puramente o homem que age no pecado, mas os
demônios que se apropriam da vida dele. O remédio apropriado para o
adultério, receitado pelo Médico JESUS CRISTO, é o perdão, o
arrependimento, a humilhação, como fez Davi e Maria Madalena. Sei o
quanto é difícil suportar certas situações quando se vive um momento
delicado como esse. Tipo: ouvir gracejos de familiares; ser muitas vezes
taxada(o) de traída(o), de besta, idiota e outras coisas mais, não é
bom para ninguém. Raramente, fora e até dentro da igreja, você
encontrará pessoas que te constranjam a amar mais o teu cônjuge adúltero
e a lutar pela restauração do seu casamento. Nem na igreja,
infelizmente, nem entre os familiares, com raríssimas exceções. Quem não
tem a mente de CRISTO não pode discernir jamais as coisas espirituais.
PERDOE o seu marido ou a sua esposa. Aprenda a envergonhar satanás. DEUS
te honrará com essa atitude! Leia o que está escrito nos seguintes
textos: “Aqueles aos quais perdoardes os pecados, são-lhes
perdoados; aqueles aos quais não perdoardes, ser-lhes-ão retidos” (João
20:23); “E quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa
contra alguém, perdoai, para que o vosso Pai, que está nos céus, vos
perdoe as vossas ofensas. Mas se não perdoardes, também vosso Pai, que
está nos céus, não vos perdoará as vossas ofensas” (Marcos 11:25-26).
Imagino o quanto é duro uma pessoa ser
traída por outra, na qual, um dia, depositou todo amor e confiança.
Posso imaginar também o grande mar de decepção que se agiganta por
dentro da alma e sai construindo barreiras de desilusão e desesperança.
Mas tão desolador quanto um adultério cometido é não ter as orações
ouvidas e respondidas por DEUS pela simples falta de misericórdia e de
perdão. Portanto, ame e perdoe. O amor é incondicional e o perdão
liberado em qualquer circunstância da vida. O gesto de amar e de perdoar
fará com que uma família seja restaurada e, muito mais, que outras
pessoas tenham a chance de serem transformadas pelo Amor do Nosso DEUS.
Afinal, quem foram Davi e Maria Madalena antes e depois de serem
perdoados? Que Deus nos abençoe!
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